sexta-feira, 12 de junho de 2020

Racismo, fanatismo e vandalismo

Créditos da imagem Fonte:  Unknown photographer; Collectie Anne Frank Stichting Amsterdam
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:AnneFrank1940_crop.jpg 

Anne Frank (1929-1945), uma adolescente de origem judaica que morreu num campo de concentração aos 15 anos, nasceu no dia 12 de junho. Foi uma  vítima entre os milhões de vítimas da xenofobia, do fanatismo e da monstruosidade  do nazismo  .
O nazismo defendia a superioridade da "Raça Ariana" ( a "raça nórdica") em relação a outra raças ditas "inferiores" ou Untermenschen ("subumanos"), os eslavos, ciganos e judeus, entre outras,  e também não aceitava as pessoas com deficiências.
 As pessoas começaram por queimar os livros que iam contra as suas ideias/ideologia ou que eram de autores dessas raças e acabaram por criar/aceitar campos de extermínio onde cerca de seis milhões de pessoas foram mortas: o Holocausto.


Neste último mês, por todo o mundo, têm surgido manifestações de apoio ao movimento "Black lives matter" ( "vidas  negras importam" em português), após a morte de George Floyd, um afro-americano que morreu sufocado, alegadamente, em resultado de força excessiva de um policia branco.


Com essas  manifestações de luta contra o racismo que começaram  com o  slogan  "I can't breathe"  (em português: "Não consigo respirar"), a última frase que esse homem disse quando o polícia estava a esmagar a sua garganta com o joelho, apareceram movimentos mais radicais que querem destruir todos os símbolos que eles consideram racistas (em especial, estátuas de personagens históricas que possam estar ligadas ao colonialismo, à escravatura ou ao racismo). Essa onda de destruição/vandalização começou na estátua de Cristóvão Colombo, nos Estados Unidos, e já chegou a Lisboa à estátua do Padre António Vieira.

Quem conhece a vida e a obra do Padre António Vieira saberá que esta figura histórica  defendeu, nos seus sermões, os direitos de todos à dignidade. Ler aqui mais informação.

Todos estes factos (antigos e recentes) levam-me a fazer a seguinte proposta de reflexão:

Qual o significado de racismo?
Quais as relações entre discriminação, xenofobia  e racismo?
Existe racismo na sociedade portuguesa?
Como se manifesta?
As obras de arte, em especial estátuas de personagens históricas ligadas à escravatura ou ao colonialismo, devem ser retiradas das cidades? Porquê?
A História deve ser "apagada"?
Que partes da História teríamos que retirar dos programas curriculares?
Só deveriam ficar as "partes boas"? O que são "partes boas" ou "politicamente corretas"? Quais seriam os critérios para decidir e quem iria decidir?
Não existe o perigo de voltar a cometer os mesmos erros se esquecermos/não conhecermos o passado?
Deve haver manifestações contra o racismo?
A destruição de estátuas (ou outras obras de arte) é legítima?
A luta contra o racismo justifica o vandalismo?
O que é o fanatismo?
Que outras formas de luta devem/podem ser adotadas para mudar as mentalidades?


Inscrição na entrada do Museu criado em memória de todos os que foram assassinados no Campo de Concentração de Auschwitz-Birkenau, Polónia.
(Fotografia minha)